Baixa de visão durante o tratamento de câncer é um problema relativamente frequente e merece um exame oftalmológico bem detalhado. As causas podem incluir olho seco, catarata ou problemas mais sérios como infecção ou metástases, que é o tema deste post.
Metástases são pequenos tumores que aparecem em outros órgãos, disseminados pela corrente sanguínea. Desta maneira um câncer de mama, pulmão ou próstata pode dar metástase em outros órgãos, inclusive os olhos – neste caso chamada de “metástase de coroide”. As vezes a metástase é o primeiro sinal do câncer e o oftalmologista tem papel fundamental salvando a vida do paciente pensando neste diagnóstico e encaminhando para o oncologista.
No olho a metástase costuma ocorrer na coroide, que é a parte mais vascularizada por dentro do olho. Desta maneira a metástase não costuma causar alteração estética, mas piora a visão do paciente. Raras vezes a metástase pode causar olho vermelho, inflamado e doloroso. No exame destes casos o oftalmologista mede a visão, examina o paciente com as pupilas dilatadas e pede um ultrassom ocular. É fundamental que o exame seja feito com um médico muito experiente em ultrassonografia ocular, para confirmar o diagnóstico e medir o tumor. Esta medida é fundamental no seguimento do paciente e precisa ser muito precisa.
As metástases do olho costumam ser tratadas junto com o tratamento de quimioterapia e, como regra não precisam de tratamento adicional com radioterapia externa ou braquiterapia ocular. O oftalmologista segue o paciente de perto e, com a ajuda de exames de ultrassom, acompanha a regressão das metástases do olho.
Costuma haver muita confusão quando aparece uma metástase no olho. O paciente e as vezes o médico ficam confusos, já que são casos relativamente raros. É importante insistir no tratamento para o câncer primário (o de mama, por exemplo), com a quimioterapia. Só realizamos tratamento localizado no olho se a resposta a quimioterapia não for boa.
Outra dúvida frequente é a necessidade de fazer biópsia neste casos. Geralmente o exame do oftalmologista e o ultrassom são suficientes para o diagnóstico, ficando a biópsia reservada para casos muito atípicos.
Artigo escrito pela equipe da Clínica Belfort. Proibida reprodução parcial ou total sem autorização. Este artigo e vídeo contêm apenas informações gerais sobre doenças oculares. Este texto não substitui a avaliação por oftalmologista.