A neuropatia óptica isquêmica é causada por insuficiência vascular e classificada de acordo com sua localização (anterior – mais perto do olho, ou posterior – mais perto do cérebro). Existem dois tipos de neuropatia óptica: as causadas por artrerite temporal e as causadas por outras causas (diabetes, pressão alta, etc). São mais freqüentes em pacientes acima dos 50 anos.
A forma arterítica representa uma emergência e deve ser diagnosticada e tratada assim que possível.
A) Neuropatia óptica isquêmica anterior não arterítica
Relativamente freqüente, afeta pacientes de meia idade e idosos (55-65 anos). Sua causa não é bem explicada, acredita-se que seja causada por vários fatores e que a hipotensão arterial tenha papel importante, especialmente em pacientes que usam hipotensores antes de dormir. Doença das artérias carótidas ou embulos não costumam estar implicados na causa desta doença.
Quadro clínico
Baixa de visão de apenas um olho, sem dor. Um terço dos pacientes continuam a apresentar piora da acuidade visual por 10 dias. Meses após a crise pode haver discreta melhora na acuidade visual, mas os defeitos no campo visual costumam ser permanentes. 15 a 40% dos pacientes apresentam crise semelhante no outro olho.
Tratamento:
É importante identificar possíveis fatores que contribuíram para a primeira crise para tentar impedir que o outro olho seja acometido. Normalmente evita-se uso de hipotensores e diuréticos ou altera-se o horário de administração. Apneia obstrutiva do sono foi considerada fator de risco e deve ser investigada. Ainda não existe tratamento efetivo para a NOIA não arterítica. Alguns pacientes recebem aspirina na esperança de prevenir outros eventos vasculares.
B) Neuropatia óptica isquêmica anterior arterítica (NOIA arterítica)
Arterite de células gigantes é uma doença auto-imune que afeta as artérias de tamanho médio e grande, levando à alteração na irrigação sanguínea. A média de idade dos pacientes que apresentam esta doença é de 70 anos e eles costumam manifestar sintomas como perda de apetite, febre baixa e sudorese noturna. Alguns pacientes também têm dificuldade para mastigar, chamada “claudicação de mandíbula” e/ou perdas temporárias de visão (amaurose fugaz).
Quadro clínico
Baixa de visão unilateral muito grande (alguns pacientes não enxergam nem luz). O paciente percebe a perda de visão de uma hora para outra e, se não for tratada, pode acometer o segundo olho em algumas semanas.
Exames de laboratório: No caso da NOIA arterítica costuma haver alteração de alguns exames de sangue e eles são importantes para o diagnóstico e controle do tratamento.
O diagnóstico é confirmado pela biopsia de artéria temporal, mas o tratamento não deve esperar até a biopsia (apenas os exames de sangue devem ser colhidos antes do tratamento).
Tratamento:
O tratamento de pacientes com forte suspeita clínica de arterite temporal deve ser instituído imediatamente assim que os exames de sangue forem colhidos. O tratamento é realizado com corticoides por boca ou pela veia, dependendo da idade do paciente e se ele apresenta outras doenças como diabetes. O tratamento costuma durar por meses ou até anos.
A visão do primeiro olho ainda não pode ser reparada pelos tratamentos disponíveis hoje em dia, mas a perda da visão do segundo olho pode ser salva, além de controlar a doença que pode gerar outros problemas sérios no corpo.
Artigo escrito pela equipe da Clínica Belfort. Proibida reprodução parcial ou total sem autorização. Este artigo contém apenas informações gerais sobre doenças oculares. Este texto não substitui a avaliação por oftalmologista.